OTonDoRap - " O Hip Hop é Criado na Rua essa é a minha Cultura": maio 2010

ENTREVISTA COM MAX B.O

1 – Qual foi seu 1º contato com o Rap? Sua primeira letra quando foi?

Max B.O: Meu primeiro contato com o rap, foi totalmente visual. Em 87/88 eu já ouvia uns cantores do tipo Tim Maia, Jimi Bo Horne, mas tudo por acaso e isso num era rap. Depois, por volta de 1990, comecei ver a rapaziada que levava seus discos e caixas de som pros bailes nas escolas. Agora ouvir mesmo, acho que a partir de 1992.

2 – O que te fez enxergar que o Rap era o que você queria realmente fazer? Algum momento especial?

Max B.O: Acho que não teve um "momento especial", mas houveram casualidades. Eu me mudei de bairro com uns 8 anos de idade, fui morar no Jardim Antártica, um bairro que estava começando no final da Zona Norte de SP, perto da Serra da Cantareira, Brasilandia. Ali eu comecei ver essa rapaziada que fazia o som. Ai num festival musical na escola que estudava , isso em 1993, entramos com um rap que fiz e minha sala venceu a disputa. A partir dai comecei a querer fazer parte. Tinha uma Posse perto de casa, tipo um Sindicato do Rap. Se chamava VZN - Voz da Zona Norte -, liderada pelo DJ Vand. Ele foi o cara que foi ate minha casa e deu um papo na minha mãe, que eu tinha um talento pro rap e podia ser bem aproveitado.

3 – Quando você percebeu que tinha o dom para o Freestyle, para a rima improvisada? Qual dica daria pra um mano que queira começar a fazer?

Max B.O: Cara, aconteceu uma coisa muito louca no festival da escola, em 93. Me chamaram pra cantar uma segunda vez e eu esqueci a letra, tive que fazer um improviso, mas sem nenhuma nocão do que era freestyle. Foi mais uma saída no acaso do esquecimento. Ai em 97 eu apresentava uma festa em SP, no "American Graffitti", que o DJ Tony Hits era propietário. Em 98/99 eu tava com o BBS, Kamau e mais alguns rimando nas portas dos bailes. Até que conseguimos a oportunidade de rimar do lado de dentro. Dica? Acho que leitura é fundamental.

4-Como surgiu o convite pra fazer o MC Rapporter no Programa “Brothers” da Rede TV? Recebeu alguma critica por ter aceitado a proposta de estar na Televisão?

Max B.O: O Convite surgiu dessa minha habilidade com as palavras, transformando uma pergunta direta num verso. Não sou um entrevistador que rima, sou um rimador que sabe entrevistar. É diferente. Criticas, só tenho recebido as melhores, porque nunca me deixei levar de forma que minhas entrevistas fossem contra os meus principios artisticos e pessoais. Sempre entrevistei quem eu quis e quem tivesse algo a acrescentar ao telespectador. O fato de estar na TV, ajudou muito a ser uma pessoa mais conhecida, principalmente por gente que me conheceu como o MC Rapporter e nem sabia que faço musica a mais de quinze anos.

5- Falando em Televisão, aquela velha discussão se o Rap deve ir ou não deve ir à mídia, qual sua opinião sobre isso?

Max B.O: O Rap vai a todos os lugares, eu fui pra TV com ele e graças a ele me mantenho nela. O rap não deve ir quando é do jeito que eles querem. Quando é pra ir do seu jeito, respeitando você como artista, seus pontos de vista, não vejo problema em ir.

6- E agora como novo apresentador do programa “Manos e Minas” da TV Cultura, o que espera dessa sua nova fase?

Max B.O: Manter o programa como um dos únicos elos de ligação entre jovens das comunidades e a música deles em diversos generos.

7 – O que pode adiantar pra gente pra esse ano de 2010, alguma novidade? CD na rua, clipe?

Max B.O: To finalizando meu CD. Acabando de responder a entrevista, bora pro estúdio!!!

8 – E o Governo lula o que está achando,gostando ou esperava mais ?

Max B.O: Eu gosto porque nunca espero nada desses caras. Acho que o Lula tem boa vontade, tem um berço humilde e ainda por cima sabe dialogar. Ser bom de papo e importantíssimo. E sobreviver no meio daquelas cobras é tão importante quanto.

9 – Já pensou em se candidatar em alguma eleição? Acha que um Representante da favela seria o ideal para ser Presidente?

Max B.O: Já pensei em nunca me candidatar. Acho também que o lance não é ser um representante da favela, mas um representante do ser humano, do povo em geral. Não eh aumentando a policia no bairro nobre que vai diminuir a violência. Ela vai diminuir quando quem a prática tiver oportunidades pra deixar de prática-la. Acho que politica eh equilibrio e eh fundamental saber equilibrar. O povo eh a maioria onde a minoria eh quem tem a força. Se você fica com a maioria a força da minoria te derruba. Se você opta pela minoria, fica com a maioria contra. Deixa quieto, já faço muita politica com minha música.

10 – Quando está “Transitando” seu “aparelho portátil de transmissão “musical” está sempre com você ? rsrsrs!

Max B.O: As vezes, porque to um tempão sem walkman. Sei que meu rádio reproduz som mas nao sei como é, nao tive tempo de comprar um fone. Agora em casa, a música corre solta. Afinal de contas tenho somos uma familia musical, se não estamos ouvindo, estamos cantando.

11– B.O to criando uma parada no blog, que terá sempre duas perguntas que eu fizer pro entrevistado,vai ser de algum aliado La do twitter,então escolhi duas pessoas. Ótimo! Vamo lá!!!

(Extra) A Andressa Souzas Pergunta – Rio Grande do Sul http://twitter.com/AndressaSouzas

O que você acha dessa nova escola do rap? E o que você espera dela?

Max B.O: Acho que as novas geracões vem pra dar continuidade a um trabalho. Tão comum quanto a mudança de jogadores num time de uma copa pra outra. Uma fase diferente, porém comum na minha opinião. Por exemplo, venho de uma geracão que trouxe a prática do freestyle pro rap nacional. Essa nova geracão eh uma continuidade disso. Porém, eles tem uma pegada muito mais forte de colocar os sons na rua, diferente da minha turma. Não espero nada não, mantendo o respeito tanto com quem já esta ai quanto com quem vai chegar depois deles, tá ótimo.

A Sαмαrynhαα Pergunta – Rio Grande do Sul http://twitter.com/SAbabygirl

Qual o som que você mais curtiu gravar e q teve o resultado que você esperava ?

Max B.O: Essa é muito dificil, estamos em franca fase de finalizacão do CD, tenho gostado de muita coisa. Guria e A.P.T.M. são duas que me impressionaram muito com o resultado.

12 – Quando Max B.O liga o som, quais os sons que rolam?

Max B.O: Principalmente muita coisa antiga. João do Vale, Jorge Ben, esses de sempre... Recebi esses dias no Manos e Minas o Edvaldo Santana e Lino Krizz, to ouvindo legal.

13 – Deixe ai considerações finais, contato, alguma mensagem, o que você quiser. O Espaço é seu:

Max B.O: Agradeço a oportunidade, espero que tenham curtido o papo e até a proxima, se Deus quiser.

14 – Pra finalizar vou mandando a rima com meu parceiro Max B.O,que respondeu as perguntas sem dó,chego no sapatinho sei bem aonde piso,manda um salve pro meu blog ai no Improviso!

Max B.O: Salve no improviso eu vou chegando Firmeza time no improviso eu registrando A entrevista, na sinceridade E o rap na moral, na batida da cidade, Satisfacão em estar com vocês na sintonia Deus abencõe, aqui eh nós que tah ateh qualquer dia Agradeço a Deus pôr essa luz que a nós brilha Firmeza total, Max B.O. Patchol's Familia.

Contatos MAX B.O
adriano.ministro@gmail.com
55 11 7623-0181
55 11 7879-2746
id: 86*40373

Entrevista feita por: @tonhaodorap
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